Era esperado que a cápsula Orion fosse colocada em testes oficiais na última quinta-feira (4 de dezembro), mas alguns problemas técnicos e dificuldades decorrentes das condições climáticas fizeram com que aNASA adiasse a experiência. Por causa disso, somente hoje (5 de dezembro) é que o foguete propulsor presente no sistema foi ligado com a potência necessárias para o lançamento.
E por volta das 10:05 da manhã de hoje, o lançamento a partir da base de Cabo Canaveral foi bem sucedido. O equipamento atingiu a altura de 5.793 quilômetros com bastante rapidez, graças ao foguete de alta capacidade utilizado. Vale dizer que essa altura representa 15 vezes a distância entre a Terra e a Estação Espacial Internacional, sendo a mais distante missão espacial em décadas.
Como informa o The Verge, no voo de hoje não houve tripulação, mas a cápsula é projetada para permitir que astronautas sejam levados ao espaço e até mesmo a outros planetas ou asteroides. Por essa razão, a Orion está sendo utilizada com testes de stress, que simulam situações extremas e que visam verificar como os equipamentos se comportam em diversos casos. Isso inclui um dos trechos mais complicados de todos...
Depois de atingir os quase seis mil quilômetros de altura, voltar para a Terra era um ponto complicado. A reentrada na atmosfera terrestre aconteceria a velocidades próximas dos 32 mil quilômetros por hora — o que representa cerca de 30 vezes a velocidade do som. Isso gera temperaturas superiores a 2.200 graus célsius, o que representa mais que o dobro do ponto de derretimento do aço.
Com bastante competência, a Orion conseguiu desacelerar o seu curso e baixar as velocidades com o auxílio de 11 paraquedas especiais. Em pouco mais de cinco minutos as velocidades já eram de menos de 500 km/h. Quando a Orion chegou à água — lembrando que os pousos geralmente acontecem em superfícies deste tipo —, ela já estava a menos de 40 km/h.
Todo o comportamento da Orion será estudado para que as missões de ida a alturas ainda maiores possam ser realizadas. O principal ponto da missão de hoje está na análise das temperaturas atingidas pelo processo. No momento, navios da Marinha dos Estados Unidos estão no caminho para buscar a cápsula.