Nsse domingo, o Discovery Channel norte-americano levou ao ar o programa "Eaten Alive", que, apesar do nome, não foi tão épico como se imaginava. O intuito do apresentador Paul Rosolie era ser engolido vivo por uma anaconda (também conhecida como sucuri, em tupi-guarani), mas a cobra apertou tanto o braço dele que foi necessário abortar a operação quando somente a cabeça do aventureiro estava na boca da fera.
Isso não quer dizer que ele não se preparou para a aventura. Ao contrário, uma série de medidas foram tomadas para neutralizar os perigos que a gigante serpente representa.
"Bem, nossa prioridade era manter Paul a salvo, então nos reunimos com ele e imaginamos o que ele estaria encarando", disse Cynthia Bir, engenheira biomédica e uma das responsáveis pelo traje especial, ao site Gizmodo.
"Há fatores como protegê-lo dos ataques iniciais da cobra, da pressão da constrição e dos vários ácidos estomacais. E ele também vai precisar respirar durante todo o processo", explica. O traje final tem um design modular, com várias camadas de proteção.
O traje especial antianaconda possui várias camadas de proteção
O primeiro passo foi instalar uma roupa com um monitor biométrico, que verifica os batimentos cardíacos, a respiração e a temperatura do corpo. A segunda camada, aliás, é para enfrentar o calor de um traje hermético e traz tubos por onde circula água o tempo todo. Assim, Paul fica protegido até 40 graus Celsius.
A proteção química contra o ácido estomacal da anaconda é feita por um traje da Tychem. Além disso, uma cota de malha feita de pequenos anéis de metal serve de barreira contra as poderosas mordidas da cobra. E o que fazer contra a constrição que mata por asfixia?
Os cientistas bolaram uma armadura de fibra de carbono que aguenta três vezes mais força que a anaconda consegue aplicar. Dois caminhões de reboque foram usados para testar a vestimenta, sem comprometer sua integridade. No entanto, isso não impediu a serpente de apertar o braço do apresentador, aparentemente desprotegido da compressão.
Por fim, a respiração é garantida por uma máscara de oxigênio, e um capacete de fibra de carbono protege o crânio. E para abrir o apetite da cobra, a armadura foi "regada" com sangue de porco. Mesmo com todos esses aparatos, a equipe não conseguiu obter sucesso no experimento, cujo objetivo era chamar atenção para a destruição da Floresta Amazônica. Apesar de tudo, todos passam bem, incluindo a pobre da anaconda.