A natureza já inspirou a humanidade em vários aspectos, inclusive nos sonhos de alçar voo. A Festo, uma empresa alemã que desenvolve maquinário para automação industrial, na busca de sempre inovar e melhorar a eficácia dos produtos, observa movimentos dos animais e tenta reproduzir na forma de robôs maravilhosos.
À primeira vista, os pássaros mecânicos e os pinguins robóticos parecem ter sido feitos apenas para fascinar pessoas, mas, a partir do estudo do movimento deles, novas aplicações são criadas para máquinas pesadas e não tão encantadoras.
Selecionamos alguns dos robôs mais legais desenvolvidos pela Festo. Confira abaixo:
Um canguru usa os tendões das articulações das patas traseiras para recuperar energia de um pulo e ajudar no próximo e usa a cauda como contrapeso como forma de manter o equilíbrio. Por conta disso, esses animais conseguem atingir uma enorme velocidade e mantê-la por um longo período de tempo.
O BionicKangaroo da Festo usa uma mola para simular o tendão dos animais e economizar energia. Ele tem um metro de altura e pesa apenas 7 quilos, mas pode pular uma distância de 80 cm horizontais e 40 cm verticais.
O simpático robozinho é uma maneira de estudar essa economia de energia para conseguir utilizar o mesmo princípio de maneira mais eficaz em máquinas pneumáticas. Além disso, a pesquisa do modelo pode ajudar a desenvolver uma nova geração de próteses para humanos.
O AquaRay foi baseado em uma arraia e é ativado por controle remoto, podendo tanto deslizar pela água quanto usar as barbatanas para ganhar impulso na água e economizar energia.
Por conta de sua aparência e por se locomover quase igual a uma arraia real, o modelo pode ser usado para pesquisas marinhas e estudar o ecossistema sem atrapalhar o ambiente natural, já que não tem hélices e a sua forma permite que ele carregue sonares ou outros equipamentos para testes.
Ele é tão parecido com uma arraia de verdade que é um pouco preocupante se não é possível perder um desses robôs para predadores naturais, como tubarões, já que a versão robótica do animal não tem o ferrão para se defender.
Ao observar o voo dos pássaros, a Festo conseguiu construir um robô que replica muito mais que simplesmente a aerodinâmica das aves. As asas mecânicas do SmartBird batem e dobram em ângulos específicos que são muito mais suaves, copiando os movimentos que podem ser observados na natureza.
O SmartBird pode decolar, voar e pousar de maneira autônoma ou guiado por controle remoto. Ele tem dois metros de comprimento medindo as asas abertas de ponta a ponta e pesa menos de meio quilo.
Segundo a empresa, o desenvolvimento desse modelo robótico ajudou a mudar a percepção de problemas em várias áreas diferentes. O fato de o robô ser tão leve pode ajudar a melhorar a eficácia do consumo de recursos e energia. Além disso, a análise do voo pode ajudar a melhorar o design de objetos aerodinâmicos.
A inspiração para esse robô veio da tromba dos elefantes e da sua capacidade de segurar objetos ao mesmo tempo que é extremamente versátil e flexível. Apesar de não copiar toda a estrutura do animal no qual foi inspirada, o Bionic Handling Assistant tem um uso bem mais óbvio que os outros robôs desta lista.
O robô pode ser utilizado para manusear objetos frágeis ou perigosos sem oferecer riscos para os humanos em volta por ser leve, flexível e pelo sistema evitar automaticamente colidir com pessoas ou objetos. Ele pode ser usado tanto em ambientes industriais quanto em tarefas que atualmente requerem humanos, como colheita de frutas.
O Bionic Handling Assistant conta com inteligência artificial e memória muscular para que, caso o robô falhe em pegar alguma coisa, ele consiga lembrar o que fez errado e adaptar pequenos ajustes no seu próprio posicionamento e comportamento muscular, até que finalmente acerte.
Nós só torcemos para que a empresa não tenha nenhum Dr. Otto Octavius na folha de pagamento.
Não contente com emular o comportamento de um único animal de cada vez, a Festo fez várias águas-vivas que juntas emulam o comportamento de um grupo delas.
Esse modelo foi apresentado pela primeira vez em 2008, mas a empresa continuou trabalhando nele e desenvolveu uma nova versão em 2013. Um dos usos para a nova AquaJelly é o monitoramento de condições e transmissão dos dados diretamente para um smartphone. Um app pode ser usado para registrar e monitorar individualmente os dados de cada robô.
Um uso interessante para esse modelo robótico pode ser no tratamento de águas residuais para testar em tempo real a qualidade do líquido, assim como o gerenciamento do uso de cada reservatório.
Apesar da aparência gorducha e bonitinha, pinguins de verdade têm um corpo hidrodinâmico que permite que eles sejam excelentes nadadores. Eles conseguem mergulhar até 700 metros e nadam centenas de quilômetros por dia. Na água, eles são ágeis e conseguem atingir até 30 quilômetros por hora.
A festo se inspirou nisso para fazer o AquaPenguin, um veículo submarino autônomo que pode se orientar de maneira independente e desenvolver diferentes padrões de comportamento quando está trabalhando em grupo com outros robôs do mesmo tipo.
O AquaPenguim consegue manobrar em espaços apertados e, diferente dos pinguins de verdade, pode até nadar de ré. Ele também carrega um sonar 3D que permite determinar a posição espacial, evitar colisões, navegar de maneira autônoma e se comunicar com outros pinguins robóticos. O AquaPenguin conta também com um medidor de pressão para operar em grandes profundidades em mar aberto.
Libélulas podem mudar de direção durante o voo, voar de ré e pairar por até um minuto. A versão robótica desse inseto também imita essas habilidades usando quatro asas que têm uma base de fibra de carbono coberta por uma fina camada de poliéster.
A BionicOpter mede 44 cm da cabeça até a ponta da cauda e 63 cm de abertura de asas. Ela é bem grande para algo que pesa apenas 175 gramas. Ainda bem que ela não é carnívora como o inseto na qual foi inspirada, ou pelo menos assim esperamos.
Apesar de não ter uma aparência tão similar aos animais quanto os outros robôs da lista, as eMotion Spheres na verdade são uma evolução do modelo da BionicOpter, a libélula robótica da Festo.
A demonstração gravada pela empresa foi feita com oito esferas, cada uma delas guiada por oito pequenas hélices na parte exterior e o interior cheio com hélio para flutuação. Os controles se adaptam e têm a mesma potência em qualquer direção.
As esferas usam tecnologia de infravermelho para a movimentação. Dez câmeras são instaladas na sala para gravar as esferas através dos marcadores infravermelhos e transmitem automaticamente os dados para um computador.
Os dados calculados pelo computador voltam para as esferas, que implementam as ações imediatamente. Isso cria um sistema de movimentação e monitoramento, e a ideia é que essa técnica possa ser usada para inspecionar fábricas no futuro.