O dólar opera mais uma vez em alta nesta quarta-feira (11), renovando máximas em mais de 10 anos.
As compras dominam o mercado conforme investidores veem cada vez mais obstáculos aos ajustes da nova equipe econômica, em meio à leitura de que a presidente Dilma Rousseff tem ficado cada vez mais isolada e com menos apoio da base aliada.
De acordo com a Reuters, as questões de governabilidade ganham corpo em meio à deterioração das expectativas econômicas, riscos de racionamento de água e energia, comunicação errática do Banco Central e chances de mudança no programa de oferta diária de 'hedge' cambial.
Preocupações
A forte queda das vendas no varejo brasileiro apurada em dezembro em relação a novembro foi o mais recente item adicionado à lista de notícias negativas sobre a perspectiva econômica doméstica.
Investidores temem que a atividade econômica fraca possa levar o governo a voltar atrás em seus passos em direção a uma política econômica mais ortodoxa, encabeçados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Essa preocupação se somava aos temores dos agentes financeiros advindos dos mercados externos, principalmente àqueles relacionados à possibilidade de o impasse em torno da dívida da Grécia provocar a saída de Atenas da zona do euro, golpeando a já frágil economia europeia.
Operadores também afirmavam que a escalada do dólar desencadeava uma série de operações de compra automática de divisa, montadas por investidores vendidos para limitar suas perdas, o que acelerava o ritmo da apreciação.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu para R$ 2,8364, em alta de 2,12, fechando no maior valor de fechamento desde 2004, quando, no dia 1º de novembro, a moeda fechou cotada a R$ 2,8590.
O dólar já acumula alta de 6,53% neste mês e de 7,70% no ano. O real é a moeda de pior desempenho frente ao dólar em fevereiro, considerando as 34 divisas mais negociadas ante a americana.
Programa cambial
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, com volume correspondente a US$ 98 milhões. Foram vendidos 1.690 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 310 contratos para 1º de fevereiro de 2016.
O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões, com oferta de até 13 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 42% do lote total.