Interlocutores da presidente Dilma Rousseff passaram a defender internamente que ela precisa falar mais sobre economia para pautar o pensamento do governo. Internamente, integrantes do PT já demonstram contrariedade com o tom de manifestações públicas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
“Não sei se o ministro da Fazenda tem que falar muito. Mas para isso, Dilma vai ter que ditar o tom da política econômica. Ela é que tem que falar da intensidade e do tempo do ajuste fiscal. E não o Levy. Ela é que é a presidente da República e, portanto, a responsável pela economia”, observou um interlocutor de Dilma.
A fala de Levy em Nova York, ao reconhecer que a economia brasileira pode ter encolhido no ano passado, incomodou um setor do Palácio do Planalto, como revelou o Blog. Há um grupo que avalia que é preciso evitar um desgaste político junto à base social do PT.
Mas técnicos do governo garantem que esse discurso realista de Levy é fundamental para resgatar a credibilidade na condução da política econômica. O temor dos técnicos é que um posicionamento oficial de Dilma possa enfraquecer Levy publicamente ao explicitar divergências de pensamento entre a presidente e o titular da Fazenda.