Publicado em 26 de março de 2015
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Bellini e a Esfinge retrata submundo com sensualidade
Baseado no livro do titã Tony Belloto, Bellini e a Esfinge, de Roberto Santucci, conta uma história envolvente, ambientada num submundo de sexo, drogas e investigações particulares.
Bellini e a Esfinge (1995) é o primeiro romance de Tony Belloto. Ambientado no universo da prostituição paulista, traz como personagem central o detetive particular Remo Bellini, ao lado da também detetive Doris Lobo. Os dois personagens são as grandes criações do autor, aparecendo em seus outros dois livros: Bellini e o demônio (1997), e BR163.
Estrelado por três belos atores nos papéis principais: Fábio Assunção, Malu Mader e Maristane Dresch (que estréia no cinema com esta produção), Bellini e a Esfinge traz uma história instigante, com boas doses de ação, erotismo e suspense.
O romance policial começa quando um renomado médico paulista, o Dr. Rafidjian (Paulo Hesse), contrata a agência de detetives de Dora Lobo (muito bem caracterizada por Eliana Guttman) para descobrir o paradeiro de uma garota de programa chamada Ana Cíntia Lopes.
Bellini e sua assistente Beatriz (Maristane Dresch), são encarregados do caso. Enquanto rastreiam as pistas deixadas pela moça, um assassinato brutal é cometido, mudando radicalmente o rumo das investigações.
Na tentativa de solucionar o crime, os dois detetives percorrem o submundo da noite de São Paulo, onde encontram Fátima (Malu Mader), uma misteriosa prostituta com quem Bellini acaba se se envolvendo.
Enquanto a tensão se intensifica, a dupla de investigadores passa a enfrentar situações perigosas, que tornam-se cada vez mais violentas e sedutora.
Malu Mader é quem dá brilho à produção. Sua aparição sempre é surpreendente, levando o público ao êxtase. ¿A Malu sempre foi minha primeira escolha¿, revelou Belloto quando questionado quanto aos palpites em relação à escolha do elenco.
Segundo a atriz, a prostituta Fátima sempre foi sua paixão. ¿Como leitora eu ficava ansiosa com seu destino. Tinha empatia por ela desde o início do livro. Acabei usando meu pistolão com Tony para me aproximar da personagem. Na época, fazia a série Labirinto, em que também interpretava uma prostituta, e passei praticamente a me profissionalizar no assunto¿, brinca.
¿O trabalho em cima do roteiro sempre é apaixonante. No caso do filme, fiquei muito tentada pelo universo dessas mulheres que trabalham com o erotismo, com o corpo e a sensualidade.¿
Bellini e a Esfinge recebeu o Prêmio do Público de Melhor Filme de longa-metragem de ficção. O filme traz um bom exemplo da jovem safra nacional que investe em produções bem cuidadas e preocupadas com a direção de arte.
As locações são pontos positivos no filme, trazendo cenas em boates de strip-tease do centro e da boca-do-lixo, em palacetes decadentes da cidade, além de locais mais que conhecidos na cidade de São Paulo, como o Edifício Copan, o Parque Trianon e a antiga fábrica dos Matarazzo.
Tony Belloto é também co-produtor do filme e compositor da trilha sonora ao lado Charles Gavin, seu companheiro na banda de rock Titãs, Andreas Kiesser, do Sepultura, e do músico Eduardo Queiroz.