Luís
Dia 17/04/2025 · 08:32O Flamengo é um dos clubes mais amados do Brasil, mas também um dos mais impatientes. Desde 2019, o rubro-negro já passou por 15 técnicos do Flamengo diferentes — liderança absoluta no ranking mundial entre os times mais valiosos.
Enquanto o Manchester City mantém Guardiola desde 2016, o Flamengo parece trocar de treinador como quem troca de camisa. Mas por que essa rotatividade toda? Siga o BRG365 para saber mais!
Vamos aos fatos:
24 anos, 40 técnicos do Flamengo. Só Vanderlei Luxemburgo (2011) começou e terminou uma temporada neste século.
Nos últimos 5 anos, 15 trocas — até interinos contam. O segundo colocado, Olympique de Marselha, tem 10.
Ranking de aproveitamento: Tite, o último demitido, está em 6º lugar na gestão Landim, com 65,7%. Jorge Jesus lidera (81,6%), mas até ele saiu em meio a aplausos... e crise.
Isso não é normal. Enquanto Atlético de Madrid mantém Simeone há 13 anos, os técnicos do Flamengo vivem em um eterno “modo reiniciar”.
Técnicos do Flamengo
Claro, técnicos como Vítor Pereira (57,4% de aproveitamento) ou Paulo Sousa (que durou 32 jogos) não entregaram o esperado. Mas o problema vai muito além do banco.
Diretoria sem rumo
Após o sonho de 2019 com Jorge Jesus, a gestão não soube replicar a fórmula. Contrataram técnicos de estilos opostos: Renato Gaúcho (ofensivo), Dorival (equilibrismo), Tite (organização defensiva). Nenhum projeto durou mais que uma temporada.
Pressão por títulos imediatos
O Flamengo tem o elenco mais caro do Brasil, e a cobrança é surreal. Se o time perde dois jogos seguidos, já rola hashtag #ForaTreinador. Tite, por exemplo, foi campeão carioca em 2024, mas uma sequência ruim no Brasileirão selou seu destino.
Conflitos internos
Lembra de Luxemburgo em 2011? Ele brigou com Ronaldinho Gaúcho e a diretoria não apoiou o técnico. História repetida: Sampaoli reclamou da falta de reforços, Tite criticou a pressão por priorizar três competições ao mesmo tempo... E adivinhe quem sempre perde?
Enquanto o rubro-negro vive no modo carrossel, times como Manchester City ou Atalanta mostram que estabilidade dá resultado. Guardiola, por exemplo, teve tempo para moldar um estilo de jogo. Já no Flamengo:
Dorival ganhou Libertadores e Copa do Brasil em 2022... e foi demitido por "não priorizar o Brasileirão".
Jorge Jesus virou lenda em 6 meses, mas a diretoria não conseguiu segurá-lo.
O Flamengo age como aquele cara que troca de namorada toda semana e depois se pergunta por que não dá certo. Falta planejamento a longo prazo.
Agora o técnico-Filipe Luís
Definir um DNA: Que estilo o Flamengo quer? Posse de bola? Transições rápidas? Até hoje, ninguém sabe.
Apoiar o técnico: Se a diretoria contrata um treinador, precisa dar tempo (e reforços) para ele trabalhar.
Menos politicagem: Muitas demissões parecem mais reação à pressão da torcida do que análise técnica.
Enquanto o Flamengo não resolver essas questões, os técnicos do Flamengo continuarão a ser bois de piranha. A cada demissão, o time perde identidade, e a torcida — que merece mais — fica refém de uma diretoria sem pulso firme.