Eu senti vontade de escrever uma crítica em forma de música homenagem ao formato da série, então vamos lá, se prepare pra cantar no lugar de ler…
Mentira, eu não teria capacidade de escrever algo assim e sinceramente eu imaginei que não seria possível ver uma série assim por muito tempo, a minha ideia era que a qualidade tanto das letras quanto a nossa paciência iam decair a cada episódio. Obviamente eu subestimei o insubestimávelAlan Menken e seu acumulo de Oscars que deveriam servir de credencial para darmos um voto de confiança para a série.
Não que Menken esteja sozinho na criação de Galavant, além dele temos outro compositor indicado ao Oscar, Glenn Slater e ninguém menos que Dan Fogelman, que serve como showrunner da série e também tem em seu currículo roteiros de grandes filmes como Amor a toda Prova e Enrolados.
A série é uma das poucas séries de 25 minutos que eu assisto e realmente me apaixono por ela (atualmente acho que a outra é só Louie), Galavant tem como sua vantagem ser curta, três ou quatro músicas extremamente divertidas num espaço de 25 minutos de trama é uma medida surpreendentemente ideal para a série não perder seu estilo único e ao mesmo tempo para ela não ficar insuportável. Até em certos momentos quando a cantoria beira a ficar excessiva, tem sempre algum personagem para pedir para que parem de cansar porque já está ficando chato, o que é uma bela brincadeira metalinguística com o que o próprio público deve sentir.
Esse tipo de brincadeira, alias, acontece o tempo todo na série, desde aquele chato “Anteriormente na série-x” que vira uma música pra contar o que aconteceu nós episódios anteriores e até mesmo no final da série, que eles mencionam a esperança de que toda a cantoria não tenham acabado com a audiência da série no índice Nielsen.
Essas são algumas das coisas que fazem o roteiro de Galavant extremamente amável e ao mesmo tempo muito afiado. As piadas variam desde o contexto clichês das histórias medievais mais antigas até referencias modernas como piadas “da sua mãe”, até brincando com estereótipos de personagens já estabelecidos que são distorcidos ao máximo na série.
Algumas brincadeiras e easter-eggs não funcionam bem por não serem nada sutis, em determinado momento da série há de 2 a 3 easter-eggs de Game of Thrones que são tão óbvios que são vergonhosos e a série se dá melhor quando tenta ser original. A principal força então recai sobre os ombros de Timothy Omundson, que interpreta o “vilão” O Rei Richard e é muito bom perceber com o tempo que o vilão da série é na verdade a maior vítima indefesa da própria trama.
E o papel de vilão recaindo sobre os ombros da donzela em perigo é tão subversivo para quem gosta de uma história mais burra e clichê que compensa até o fato da atriz que interpreta a Madalena (Mallory Jansen), não é das melhores.
O que parecia ser o ponto fraco da história de inicio, que é o personagem título vivido pelo desconhecido Joshua Sasse, acaba sendo também uma grande surpresa quando percebemos que ele não é só um grande herói típico das High-Fantasy, mas sim um herói (de fato) que está bêbado de narcisismo e se acha melhor do que é de fato.
A série ainda conta com ótimos atores convidados, incluindo aí nomes como Ricky Gervais, John Stamos, Hugh Bonneville, Rutger Hauer e pasmem, ‘Weird Al’ Yankovic, todos eles em papeis especialmente divertidos e alguns, no casos de Rutger Hauer, papeis importantes para a trama principal.
Infelizmente com apenas 8 episódios curtos, fica difícil ter mais o que falar sobre a série, apenas que ela tem uma história mediana, que acaba sendo uma parodia de tramas medievais clássicas, só que com piadas afiadíssimas e ótimas canções e coreografias, num timing perfeito para não tornar toda a cantoria numa chatice sem fim, como é o caso de muitos filmes do gênero que muitas vezes vão parar no Oscar.
Então, antes de terminar, vou deixar um vídeo de uma música cantada pelo Rei Richard logo no primeiro episódio, vale a pena ouvir e como diz na outra canção que serve como abertura da série,Galavant é uma série “Épica, Selvagem e de Apertar a Bunda!” …espero realmente que essa série seja renovada.
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