Depois de um tempo afastado da direção de
filmes, David O. Russel volta ao trabalho em boa forma. Depois de sua indicação em 2011 por
O vencedor, ele é novamente indicado esse ano por este
filme. Pessoalmente, não gostei muito do filme anterior, mas aqui ele acerta em praticamente tudo, em especial pra mim por ter
personagens principais realmente interessantes e que prendem a atenção do espectador desde o início até o fim.
Acompanhamos principalmente os altos e baixo do personagem interpretado por um (indicado ao Oscar) Bradley Cooper muito inspirado. Talvez não seja o suficiente para lhe render uma estatueta, já que concorre com nomes de peso que também estão muito inspirados, mas ele está bem o suficiente para mostrar que seu sucesso não ocorreu por acaso. Seu personagem é Pat Soletano Jr., que acaba de sair de uma instituição mental depois de um violento incidente envolvendo sua esposa e o amante dela. Decidido a recuperar sua vida, e a ex-esposa, ele entra numa disciplinada rotina de treinamento para perder peso e de leitura.
Apesar de seu esforço, logo de cara dá pra perceber que ele não está bem, se é que um dia ele já esteve bem. Ter a esposa de volta se transforma em uma obsessão, e embora ele insista em dizer aos seus pais que tudo vai terminar bem nada parece indicar que isso realmente vá acontecer. Sua mãe parece ser uma pessoa sã e carinhosa com seu filho, mas o principal é que ela parece acostumada com o seu comportamento porque seu marido, Pat Sênior (Robert De Niro) também tem comportamento violento que o levou a ser banido dos estádios, e agora assiste os jogos do seu time na
TV cercado de supertições e TOC com a posição dos (muitos) controles remotos.
Um amigo tem a ideia de o apresentar à Tiffany (Jennifer Lawrence, também indicada e no caminho para se tronar a melhor atriz da sua geração). Por que seu amigo acha que Pat pode se dar bem com ela? A resposta é fácil: ela é tão louca quanto o próprio Pat. Ela é uma jovem viúva que também tem sérios problemas mentais e que só pioraram depois da estúpida morte de seu marido, e somente não foi internada porque o destino não quis. Ainda assim ela é a única no filme que consegue entender este homem, e de alguma forma ele também consegue entendê-la. Mas principalmente, ele sente a necessidade de estar com ela porque ela ainda mantém contato com sua ex-mulher.
Ela, porém, não vai facilitar para ele. Ele quer que ela entregue uma carta e ela diz que pode fazer isso, mas ele deve participar de um concurso de dança que ela se inscreveu. Entre as cenas do relacionamento estranho que os dois desenvolvem, temos ainda um Robert De Niro mais inspirado que o normal (não tanto quanto no começo de sua carreira, mas ainda assim chamando bastante atenção) e um Chris Tucker hilário como sempre e que finalmente resolveu fazer um filme fora da sua franquia de A hora do rush.
Uma das coisas mais interessantes do filme é a relação entre pai e filho que De Niro interpreta com Cooper. Pat júnior não é o único com problemas para resolver, mas de alguma forma os dois, de maneira surpreendente, conseguem estreitar os laços e criar um entendimento através de jogos de
futebol americano e o concurso de dança. Claro que em um determinado momento,
o filme vai se render às convenções de
roteiro, mas isso pouco importa porque é tudo tão bem feito que não pode ser nada além de ótimo filme
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