O futuro que nos é mostrado em
filmes (e livros) de ficção científica é sombrio de muitas formas diferentes, e aqui não é exceção. Mas geralmente é também visto como uma parábola do nosso presente. Aqui, depois das nações norte-americanas serem destruídos por uma catástrofe, surge uma nova chamada Panem. Essa nova civilização é governada pela Capital, que é cercada de 12 distritos que aparentemente nada podem fazer a não ser acatar as imposições feitas a eles.
E uma das imposições que a Capital faz, são os Jogos da Fome, onde um casal de cada distrito é escolhido em um
jogo de guerra que é transmitido para todos através de
câmeras escondidas. E também é um jogo onde somente uma pessoa pode sair viva. É no sorteio desse casal do Distrito 12 que começamos a acompanhar o
filme, onde Katniss (Jennifer Lawrence) se voluntaria para ir no lugar de sua irmã que foi sorteada. Junto dela irá Peeta (Josh Hutcherson).
Katniss é uma guerreira moderna. Com um arco ela consegue manter sua mãe e irmã mais nova alimentadas. Suas habilidades de caça parecem fazer dela uma possível candidata à vitória. As chances não são muitos grandes, já que de 24 participantes somente um deles pode permecer vivo, mas ela deve agarrar essa única chance para poder voltar à sua família. Já Peeta não mostra as mesmas habilidades, mas mesmo que um deva morrer talvez o romance entre eles seja uma possibilidade.
Não sei quanto ao resto dos outros distritos, já que quase não são mostrados, mas o Distrito 12 é muito pobre e decadente. O que contrasta ainda mais quando nossos heróis chegam na Capital onde tudo é luxuoso e bem ornamentando com cristais e coisas do gênero. O exucutivo responsável pelos jogos é Seneca, que possui uma barba cujo desenho daria inveja até ao diabo e o líder da nação é o
Presidente (Donald Sutherland).
Apesar de ter uma história até bem interessante e com algumas boas cenas de ação, algumas coisas me incomodaram no filme. Quando cada escolhido é apresentado, suas reações são muito opacas. Muito pobres. Como disse antes, por mais que tenha habilidades suas chances de sobrevivência são pequenas e a maioria está rumando para a morte certa. Seria compreensível que emoções mais fortes emergissem. Outra coisa que senti falta foi alguma discussão sobre quão justo é um jogo mortal onde meninas de 16 anos ou menos lutam contra rapazes de 18 em um combate corpo-a-corpo. Não se trata de machismo ou coisa do gênero, apenas uma observação que considero relevante. Além disso, o filme abre mão de mostrar as críticas sociais presentes na história de maneira mais aberta.
Apesar disso, o filme é um
entretenimento interessante. Ainda mais por conta de Jennifer Lawerence no papel da heroína Katniss. Em
Inverno da alma ela já tinha mostrado não somente que é capaz de estar no papel principal de um filme com (muita) competência, mas também talento mais que necessário para viver uma personagem forte e convincente. Talvez os realizadores tenham considerado que as plateias iriam apreciar mais as lutas que política, mas se for este o caso o filme está muito longo para mostrar apenas isso. Interessante mas poderia ir um pouco além.
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