Cópia Fiel é o resultado de uma produção franco-italiana-iraniana assinada pelo diretor Abbas Kiarostami – sendo seu primeiro filme rodado fora do Irã.
Drama romântico, o filme trabalha com a ideia central da tese defendida pelo personagem James Miller (William Shimell) – autor de uma obra que explora a ideia de que uma cópia/ réplica possui sim seu valor; principalmente no campo da arte. O protagonista é um pesquisador charmoso que acaba de lançar tal livro e a narrativa acontece em Toscana, Itália, onde James irá conhecer Elle (Juliette Binoche). Elle é uma mulher divorciada, com um filho de oito anos e sua expressão é marcada por tristeza e cansaço. Entretanto, Juliette encanta-se pelo autor e fica intrigada por suas ideias nada convencionais. Quando vai à palestra de James na Itália vê a oportunidade de conhecê-lo e então consegue convidá-lo para conhecer seu antiquário. James prontamente atende o convite e é aqui que começa a trama: resolvem dar um passeio de carro e partem por uma belíssima estrada a caminho de um vilarejo rumo ao interior da Toscana.
De um lado temos a incrível e forte presença de Elle uma mulher que, embora amargurada pelo término de um casamento que durara quinze anos, carrega uma certa carga enérgica nas palavras e consegue conquistar o espectador em diversos sentidos. Do outro lado temos o solitário James, um intelectual inglês fora dos padrões, que busca convencer o mundo (e a si mesmo) de suas ideias nada convencionais. Segundo o personagem, o valor que damos às coisas é que as fazem ser o que são, ou seja, uma obra de arte conhecida como tal, certamente será valorizada. Entretanto, uma réplica não teria tal valor devido ao seu status de reconhecimento já ter sidopreestabelecido; é uma cópia e, portanto, não possui valor – por mais perfeita e isenta de defeitos que ela seja.