João Sobrinho
(proprietário)
HÁ MORTE EM CADA FORMA DE VIDA
Eu acordo querendo encontrar um pouco da noite passada;
Eu durmo de saudades dos amigos que já não estão por cá.
Eu ainda continuo no presente; o futuro não me acontece,
Acordo todos os dias, e só, a realidade do presente ali está.
O amor não apareceu, e minha alma já não é mais virgem.
O tempo me leva à morte, e eu me desamarro do passado.
Me encontro flutuando numa nuvem que me dá vertigem
E ninguém confiável aparece para pagar os meus pecados.
A geladeira me alimenta e me envenena minha pequena,
Já pesa mais o meu corpo e também minha consciência.
O cartaz que anunciava - “felicidade”- abandonou a cena.
O meu futuro ficou no passado, plantado na demência
De um doce e eterno presente, que não me abandona.
morrendo a cada dia vou fazendo a vida valer a pena.