Após a invasão que culminou no vazamento de filmes inéditos daSony Pictures, o FBI enviou um comunicado confidencial à empresas que explica que a companhias dos Estados Unidos devem permanecer atentas a softwares maliciosos. De acordo com o documento obtido pela Reuters, hackers vêm utilizando esse tipo de programa ilegal para realizar ciberataques “destrutivos” conta corporações norte-americanas.
Embora o comunicado não cite especificamente a Sony, especialistas de segurança eletrônica afirmam que o malware descrito no alerta parece ser com o que afetou a empresa. O ocorrido com a companhia de filmes pode ser considerado o primeiro grande ciberataques feito contra uma corporação no solo dos EUA, seguindo acontecimentos similares na Ásia e no Oriente Médio. Para um expert contatado pela Reuters, o evento será um “divisor de águas”.
O documento fornece algumas informações sobre como o software malicioso funciona, explicando que ele sobrescreve os dados dentro dos discos rígidos, incluindo o registro mestre de inicialização e impedindo que os computadores funcionem. O alerta informa que o malware torna extremamente difícil – senão impossível – recuperar as informações dos discos e que empresas afetadas devem contatar o FBI.
Embora não tenha confirmado que o malware em questão realmente é o que afetou a Sony, o representante do FBI Joshua Campbell afirmou que a instituição costuma rotineiramente aconselhar a indústria privada sobre vários indicadores de ameaça cibernética observados durante suas investigações. “Esses dados são fornecidos para ajudar os administradores de sistemas a se defenderem contra as ações de cibercriminosos persistentes”, diz.
De acordo com o FBI, ainda não há informações sobre a origem dos ataques, embora parte do software usado pelos hackers tenha sido compilada em coreano. Segundo uma reportagem do Re/Code, a Sony estaria investigando para determinar se a invasão sofrida havia sido feita por um grupo da Coreia do Norte como vingança pela produção do filme “A Entrevista”, que fala sobre dois jornalistas contratados pela CIA para assassinar o líder do país, Kim Jong Um.