Na semana passada, publicamos um texto comentando sobre algumas marcas que contam com linhas de produtos dedicadas aos gamers. Uma coisa que quase todas têm em comum é a fabricação de mouses voltados especialmente à jogatina.
Esses periféricos são essenciais para diversos tipos de games, sendo que uma ou outra característica de um determinado produto pode fazer uma diferença brutal durante as competições.
É claro que você já conhece muito sobre os mouses gamers, até porque você deve acompanhar o TecMundo e possivelmente já leu um punhado de notícias, artigos e até análises sobre alguns dos melhores dispositivos feitos para os jogadores.
Agora, você já parou para pensar como um mouse com tantos DPIs e funcionalidades realmente funciona? Afinal, como funciona o firmware? Ele é o único responsável pelas mágicas do mouse? Isso e um pouco mais é o que vamos ver neste artigo!
A primeira coisa que precisamos fazer é destrinchar o mouse. Basicamente, ele é composto por um sensor, módulos de memória, microcontroladores e placas que armazenam e conectam os componentes de hardware.
O firmware também está aqui, mas, como é um software (que é executado dentro de componentes de hardware), ele não pode ser visto a olho nu. Geralmente, o firmware fica guardado em algum tipo de memória (às vezes ele pode ser dividido em vários módulos) e é acessado pelos chips de processamento que também estão instalados no mouse.
A disposição dele nunca é precisa, já que cada firmware é projetado para trabalhar com uma arquitetura específica, e isso varia muito de acordo com modelo e fabricante. Geralmente, a parte mais importante do software interno do mouse fica armazenada na SROM.
De acordo com a definição do site Overclock.net, a memória SROM (Secure Read-Only Memory) é armazenada em um dos chips, sendo que ela é responsável por controlar a forma como o sensor opera (o que deve ser registrado, contagem de polegadas, ângulo, direções e outros detalhes).
Diferente de um driver (que coloca o sistema operacional do computador em contato com os componentes de hardware), o firmware é um programa que funciona exclusivamente dentro do periférico.
Ele não tem compromisso com o sistema operacional (e os programas) do seu PC. A função do firmware é definir como o sensor vai atuar, coletar dados e cuidar de outros procedimentos que garantem que seus movimentos serão transformados em códigos que, aí sim, serão levados até o sistema operacional.
Conforme comentamos acima, dentro dos mouses, há microcontroladores que coletam os dados do sensor e processam as informações. É válido notar que, ainda que esses chips sejam responsáveis pela execução do firmware, eles também recebem todas as instruções de funcionamento do próprio firmware.
Difícil? Nós explicamos. O firmware é basicamente como o sistema operacional do seu computador, que é executado no processador, mas que também passa ao processador todas as instruções de funcionamento. A diferença mesmo é que o firmware só serve para operações internas no mouse.
Esses componentes eletrônicos (os tais microcontroladores) também servem para cuidar da luminosidade, dos macros, dos botões e de quaisquer outros elementos que compõem seu mouse. Usando as informações do firmware, o chip de processamento do mouse sabe exatamente o que fazer e como proceder em cada ação do usuário.
É válido ressaltar que não estamos falando de componentes rudimentares. Os mouses mais recentes trazem processadores de 32 bits com arquitetura ARM, parecido com o que encontramos na maioria dos smartphones mais recentes.
Uma curiosidade interessante, levantada pelo site PC Gamer, é que muitos mouses trazem os mesmos sensores e peças em seus interiores. Isso significa que basicamente a única coisa que muda de um para outro é o firmware. Pois é, às vezes, a diferença entre um produto de 2.000 DPI para outro de 4.000 DPI está apenas no código de programação.
A complexidade aumentou muito no programa interno do mouse, daí os bugs e atualizações que existem para esse periférico. Falando em updates, hoje, uma atualização de firmware pode servir tanto para trazer novidades de funções (seja um esquema diferente de luzes ou um novo modelo de macros), bem como para corrigir bugs.
Ainda que a troca de software seja bem comum, algumas fabricantes raramente lançam atualizações, pois usam a mesma base de software por muito tempo, o que evita os erros e updates constantes.
Também é importante ressaltar aqui que o firmware não pode corrigir falhas de hardware. Se um sensor tem algum defeito de fábrica, o software do mouse jamais conseguirá resolver este problema. O programa que orienta os componentes internos do periférico pode trazer melhorias, mas desde que o hardware já tenha tais capacidades.
Bom, resumindo, o firmware é um grande software que tem milhares de linhas de código, as quais servem para definir o funcionamento de cada elemento de hardware, o que inclui desde o funcionamento básico até a coleta e processamento dos dados. Agora, você já sabe porque ele é tão vital no funcionamento do seu mouse!