Quando era caloura de medicina da USP, em 2011, Rosa* foi encontrada desacordada em uma festa universitária. Ela tinha 20 anos à época. Dias depois, testemunhas lhe contaram que um homem foi flagrado com ela, e ela então percebeu que havia sido vítima de violência sexual em estado vulnerável. Até hoje o inquérito do caso não foi concluído.O que eu penso é que não tenho que ter vergonha do que aconteceu comigo. Eu não tive culpa nenhuma e se a exposição [do caso] ajudar a dar visibilidade ao assunto, eu tenho que fazer isso mesmoDesde então, ela ajudou a formar o Coletivo Geni, de mulheres da medicina da USP, e foi uma das poucas vítimas de violência na universidade a falar publicamente sobre seu caso. A pressão a levou a trancar o curso por um semestre, mas ela, atualmente com 24 anos, retomou as aulas e pretende se formar em meados de 2017.
*O nome foi trocado para preservar a identidade da entrevistada
O que fazer em casos de:
Estupro
• Não tome banho ou troque de roupa antes de passar por um exame médico
• Disque 180 para obter orientações (a ligação é gratuita e anônima)
• Vá à unidade de saúde de emergência mais próxima para o exame e para tomar a pílula do dia seguinte e medicamentos de prevenção de doenças)
• Exija uma cópia do laudo médico que comprova o estupro; ele serve como prova judicial
• Peça que uma pessoa de confiança te acompanhe até a Delegacia da Mulher mais próxima
• Registre um boletim de ocorrência de estupro, é a única maneira para que o crime seja investigado