Publicado em 22 de agosto de 2021
7 de setembro está sendo uma data diabólica! O deveria ser uma comemoração pela independência do Brasil, se converteu numa cerimônia vigaristico-religiosa!
Nunca tantas pessoas estão sendo levadas a irem para as ruas sem saberem o porquê. O objetivo é fechar o STF? Caso algum Ministro resista será preso? Responsabilizado penalmente? Julgado por quem?
A inacreditável aliança entre militares de baixa estatura moral , vigaristas da fé, mercadores de mentiras em redes sociais e ingênuos de todas as áreas, transforma o Brasil no paraíso da loucura política.
As conspirações não param. sonham em destruir as instituições e seus agentes.
Existe uma questão prática: quem governa o quê? Quem fica responsável por julgar controvérsias? O fechamento do STF re´presenta o quê para essa gente insana? Que problemas brasileiros seriam resolvidos com o ataque às instituições? Quem são os verdadeiros responsáveis por nossos problemas concretos?
Existem criminosos de todos os níveis tentando fazer do 7 de setembro uma demonstrração de força insana. Para onde querem nos levar?
A julgar pelo ministro da economia, lembremos que o mesmo foi garoto de Pinochet. Guedes serviu a uma ditadura sangrenta. Que dificuldades teria em tentar prestar seus infames serviços em outra?
O Brasil vive uma inundação de ignorâncias. Sobreviver dignamente e preservar nossa saúde mental e física é mais do que um desafio. É nossa obrigaçção como brasileiros e seres humanos racionais.
Sigamos.
TEXTO DO Sociólogo italiano Domenico De Masi sobre o rebaixamento da inteligência coletiva brasileira.
“Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, disse ele, argumentando que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.
“Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”.
Este me parece um fato tão óbvio que às vezes nos passa despercebido. Quando o país é comandado por pessoas tão tacanhas, a tendência é o rebaixamento geral do nível cognitivo da sua população.
É fácil entender por quê. Sob Bolsonaro, Damares, Araújo, Pazuello, Salles, Guedes & Cia, vemo-nos obrigados a retomar debates passados, alguns situados na Idade Média, ou no século 19, como se fossem novidades. Terraplanismo, resistência à vacinação e a medidas básicas de segurança sanitária, pautas morais entendidas como questões de Estado, descaso com o meio ambiente, tudo isso remete a um passado que considerávamos longínquo.
Quando entramos nesse tipo de debate entre nós, ou com as “autoridades”, é como se voltássemos da pós-graduação às primeiras letras do curso elementar. Somos forçados a recapitular consensos estabelecidos há décadas, como se nada tivéssemos aprendido. É como forçar cientistas a provar de novo a esfericidade da Terra ou a demonstrar eficácia da vacinação. Ou defender, outra vez, a necessária separação entre Igreja e Estado, mais de 230 anos depois da Revolução Francesa.
É muita regressão e ela nos atinge. De repente, nos surpreendemos discutindo o óbvio, gastando tempo com temas batidos e desperdiçando energia arrombando portas abertas séculos atrás na história da humanidade.
À parte a necessária luta política para nos livrarmos o quanto antes dessa gente, entendo que existe uma luta particular e que depende de cada um de nós: a luta para não emburrecer. Manter a lucidez e a inteligência através da leitura de bons autores e da escrita. Manter viva a sensibilidade pela conversa com pessoas normais e pela boa música. Assistir a bons filmes para contrabalançar a barbárie proposta pela vida diária e pelas redes sociais.
Enfim, mantermo-nos íntegros e fortes para a reconstrução futura do país. Não podemos ser como eles. Não devemos imitá-los em sua violência cega. Não podemos nos deixar contaminar por sua estupidez. Eles passarão. E estaremos aqui, para recomeçar.
Provavelmente, o que leva a esse rebaixamento é ódio e ressentimento por levar as pessoas a se sentirem, no fundo, perdedoras (é o caso de todos os bolsonaristas que conheci mais de perto) e ter de encontrar bodes expiatórios para culpá-los. A cultura competitiva, que estabelece, com critérios perniciosos, o que é ter sucesso, faz com que quem entra nesse jogo perverso, sinta-se, no final das contas, sempre um perdedor.
#Bolsonaro #7deSetembro #manifestação
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