Certamente, Bolsonaro foi informado sobre o teor do discurso do general Paulo Sérgio. Seria uma aberração explicita se ocorresse um discordâcia pública. Bolsonaro já não tem o que dizer. Pior ainda diante de comandantes que demonstram sinais de respeito à legalidade e de não estarem dispostos à aventuras comandadas por um delinquente político.
Diante das loucuras, é sempre bom reler a Carta Maior: "CF Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem"
Texto (parte) de matéria publicada no UOL no Dia do Soldado. (25/08/2021) 15:45
Estava tudo pronto para que o presidente Jair Bolsonaro fizesse um discurso no Quartel-General, em Brasília, nesta quarta-feira (25), durante a cerimônia de celebração do Dia do Soldado. Havia inclusive o receio entre militares de que sua fala pudesse inflar ainda mais o momento de turbulência constitucional com algo "fora do tom". Mas, assim que começou o evento, os militares foram informados pelo cerimonial da Presidência da República de que Bolsonaro havia decidido não discursar. Nas palavras de alguns fardados ouvidos pela coluna "foi uma surpresa boa". Apesar de a fala da "autoridade de maior precedência" estar prevista no protocolo, militares falaram que em outras ocasiões alguns presidentes já abriram mão de discursar em anos anteriores. Ou seja, que "não é incomum 'quebrar o protocolo'". Segundo fontes do Exército, a fala do presidente - que é o chefe Supremo das Forças Armadas - está prevista no protocolo, mas a única coisa que não pode ser de fato alterada é a Ordem do Dia, que é a manifestação do Comandante do Exército. Militares ouvidos pela coluna afirmam que, mesmo com o receio com o discurso fora do tom, não houve nenhum pedido do Comandante para que Bolsonaro desistisse do discurso, até porque, ressaltam, esse pedido não poderia ser feito. "Certamente, a decisão foi dele"Paulo Sérgio, usou o discurso do Dia do Soldado, para falar em "pacificação" e para destacar as missões do Exército. Em sua fala, ele também citou Duque de Caxias e disse que é preciso um "esforço de concisão". "Enaltecida pelo Povo brasileiro, a atuação de Caxias foi marcada pela conciliação, pela superação de posições antagônicas, e, sobretudo, pela prevalência da legalidade, da justiça e do respeito a todos. Enfim, Caxias foi notável líder militar, estadista e herói. Representa, portanto, a expressão máxima do soldado e do cidadão. Com justíssima razão, a história o proclama Conselheiro da Paz, o Pacificador do Brasil", afirmou....Paulo Sérgio, que chegou ao comando do Exército, após uma troca tumultuada realizada pelo presidente, disse ainda que o Exército "mantém-se sempre pronto a cumprir a sua missão, delegada pelos brasileiros na Carta Magna. A defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem são, portanto, o farol que orienta o contínuo preparo e o emprego da Força Terrestre". O comandante afirmou ainda que é o momento de "reafirmar o compromisso com os valores mais nobres da Pátria e com a sociedade brasileira em seus anseios de tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento".
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