Publicado em 12 de dezembro de 2015
Canção retirada do álbum "De Pequenino se Torce o Destino" de 1976 por Sérgio Godinho.
O D. Sebastião foi para Alcácer-Quibir
de lança na mão a investir a investir
com o cavalo atulhado de livros de história
e guitarras de fado para cantar vitória
O D. Sebastião já tinha hipotecado
toda a nação por dez reis de mel coado
para comprar soldados lanças armaduras
para comprar o "V" das vitórias futuras
O D. Sebastião era um belo pedante
foi mandar vir para uma terra distante
pôs-se a discursar: isto aqui é só meu
vamos lá trabalhar que quem manda sou eu
Mas o mouro é que conhecia o deserto
de trás para diante e de longe e de perto
o mouro é que sabia que o deserto queima e abrasa
o mouro é que jogava em casa
E o D. Sebastião levou tantas na pinha
que ao voltar cá (aí) encontrou a vizinha
espanhola sentada na cama deitada no trono
e o país mudado de dono
E o D. Sebastião acabou na moirama
um bebé chorão sem regaço nem mama
a beber a contar tim por tim tim
a explicar a morrer sim mas devagar
E apanhou tal dose do tal nevoeiro
que a tuberculose o mandou para o galheiro
fez-se um funeral com princesas e reis
e etcetera e tal, Viva Portugal
No Stickers to Show