Publicado em 10 de abril de 2016
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A maioria de shows que vejo em DVD propõe um resumo da obra de um artista. É em suma uma performance ao vivo onde determinado artista mostra a que veio. Com o Ponto de Equilíbrio, em “Juntos Somos Fortes”, não é diferente, o grande lance é esse, saber que já existem expoentes do reggae com história no Brasil.
O Ponto é isso, uma banda do subúrbio de Vila Isabel que fez e faz história cantando reggae no Rio de Janeiro e pro Brasil. O que vemos em quase 90 minutos de show é uma banda que realmente detém a linguagem do reggae, sabe o que está falando, se comunica bem com o público e é muito bem entendida por um público que é fiel a ela, talvez mais fiel ao Ponto do que ao próprio reggae. Acredito que isso se da, talvez, pelo Ponto ter essa afinidade com o povo brasileiro.
Certo que nos seus temas e na maneira de tocar, não está só a tentativa de exalar a mais forte expressão jamaicana, mas ali se dá o encontro entre o melhor da cultura jamaicana com o tempero de Vila Isabel.
Pelo Ponto de Equilíbrio e pelos sucessos cravados, muito mais na memória do seu público do que possuem sucessos radiofônicos, a banda diz por que chegou aonde esta e para onde vai.
O palco escolhido é o mais que devido chamado Circo Voador e o que vemos é um desfile de canções totalmente de acordo com seu público. O público do Ponto é mais que seu público, é seu cúmplice.
O Ponto de Equilíbrio é o manifesto vivo de como a cultura da música ainda pode crescer e se expandir com autenticidade e criatividade. Nesse show conta com a esperteza e o talento de objetos cenográficos dos OSGEMEOS, e o que vemos é uma banda executando o que realmente acredita de modo sincero com o público.
Não vêm de uma grande promoção ou especulação na mídia, assim como não vemos o público cantando todo o repertório como se fosse um hino só porque as rádios querem, NÃO, é um encontro realmente emocionante entre público e o artista da maneira mais relevante e sincera que pode existir.
Algo toca e todos cantam, alguém diz e todos parecem entender. O que tem que ser música boa nem sempre tem que pedir, por favor, para acontecer.
Eu me emociono por saber que o reggae ainda tem pra onde crescer, eu me emociono em saber que sou mais um que recebeu o Ponto de Equilíbrio com a esperança mais simples e direta que é uma boa canção.
Reggae com atitude envolvente e com atmosfera própria.
Fiquem em paz e se divirtam como eu.
Marcelo Yuka