Hoje, os Veículos Especiais de Transporte de Valores, carros-fortes, são designados não apenas para o transporte de dinheiro propriamente dito, más cargas valiosas em geral, desde joias, obras de arte, até eletrônicos e medicamentos, sua história é bastante antiga, por volta de 1859, com veículos de tração animal para transporte de cargas diversas, fato ocorrido em Chicago nos EUA, em um período que a cidade crescia e era uma das principais do meio oeste americano, um imigrante, Washington Perry Brink, vendo a oportunidade fundaria uma pequena empresa de transporte, com uma carroça e um cavalo, a empresa, BRINK´S CITY EXPRESS.
Com o passar do tempo, a Brink´s sentiu necessidade de aumentar o tamanho das carroças, e em seguida substituir por veículos motorizados. O fundador da empresa, tragicamente morreria em 1874, seu único filho, assumiu a empresa e atraiu novos capitais para o negócio, em 1891 a empresa Brinks começava a tomar um novo rumo, ao transportar a primeira folha de pagamento em dólares, em 1900, tornando-se assim a primeira empresa de transporte de valores do mundo.
No início de 1917, novo rumo seria necessário, ocorreu o primeiro assalto a um veículo de transporte de valores, quatro homens fortemente armados mataram o guarda da Brink´s, que descia do carro carregando dinheiro. As transportadoras agora precisavam proteger melhor o dinheiro das suas contratantes, surgindo assim o primeiro carro forte, em 1918, uma espécie de caminhão fechado, com blindagem rústica a base de aço.
Assim como a expansão de grandes cidades levando a necessidade de transporte de mercadorias e valores, no início do século XX acorreria a 1ª grande guerra mundial, ocorrendo assim uma grande expansão da tecnologia de armamentos e defesa, quando foram criados os primeiros blindados de guerra. A tecnologia de blindagem, após a guerra, seria então aproveitada no meio civil.
Outras empresas de transporte de valores também surgiam, más a Brinks, foi a primeira do mundo, e também a primeira a chegar ao Brasil, o ano era 1966, e para iniciar suas atividades no país a Brink’s contratou junto à empresa Massari, fabricante brasileira de implementos rodoviários e ônibus, a fabricação de oito carros-fortes segundo projeto vindo da matriz, montados sobre caminhões nacionais Chevrolet C-65.
Os projetos de blindagem evoluíam ao longo dos anos, assim como demais sistemas de segurança, trancas e comunicação, até por que logo na década de 70 ocorreu o primeiro assalto a um carro forte no brasil deixando alguns feridos e uma vítima fatal, um dos pontos fracos que demandou melhorias foi os vidros à prova de balas.
No início da década de 80 a empresa decidiu fabricar suas próprias carrocerias, para isto criando a Brink’s Viaturas e Equipamentos, especialmente para o chassi do Mercedes-Benz L-608 D, porém a empresa não ficou muito tempo no ramo de produção própria, afinal era mais fácil aproveitar-se das tecnologias que surgiam através de várias novas fabricantes, a própria Massari ainda fabricou alguns modelos sobre mecânica volkswagem 6.90, e outras fabricantes surgiam, como as antigas NR, de origem pernambucana, a Paulista IPCM fundada em 1982, as também paulistas MOV, TCT, DEMEC e MIB, a catarinense Dominik e a carioca Xavante.
O transporte de cargas em geral no Brasil, continuava a crescer não só em tecnologia, más também em problemas de segurança, e devido aos crescentes riscos de roubo de cargas, o transporte de valores em blindados aumentaram de tamanho, passando-se a utilizar caminhões maiores e trucados. Ao invés de adaptações em chassis de caminhões, algumas empresas passagem a oferecer chassis próprios para carros fortes.
Na última década, passaram a fazer parte dessa classe de veículos as últimas gerações de caminhões das grandes marcas como Scania, Mercedes-Benz, e Volkswagem, a paulista MIB Blindados Indústria e Comércio de Carrocerias Ltda., teve importante participação nesse processo, passando o oferecer, em parceria com as marcas, blindados como o VW Constellation com tração 8x2 e PBT de 29t, que posteriormente teria também opção de baú refrigerado, o cavalo mecânico mercedes benz Atron 1635, os bitruks Scania P310, o cavalo-mecânico Volkswagen Constellation 25.420 8x2, além de carros forte convencionais para transporte de valores, como o G9 SafeOne sobre o chassis VW 9-160 com cambio automático, e um modelo militar com tração 4x4.
Em 2018, completou-se 100 anos da criação daquele primeiro carro forte da Brinks nos EUA, e 52 anos da fabricação do primeiro brasileiro construído pela Massari, e foi apresentado o maior veículo de transporte de cargas de alto valor agregado da América Latina, um cavalo mecânico Mercedes Benz Axor 2644 8x4, que pode formar um conjunto com duas carretas de até 30 metros de comprimento total e 74t de PBT, a maior composição rodoviária permitida no Brasil para cargas divisíveis.
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