No último dia 6 de julho, o ministro da Defesa do Brasil, o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, acompanhado dos comandantes das forças armadas, esteve no Congresso Nacional, e pediu que o Poder Legislativo apoie a gradual ampliação dos recursos financeiros destinados ao custeio das forças armadas.
“Queria, mais uma vez, reforçar a necessidade de recebermos ajuda desta Casa no sentido de aumentarmos o orçamento das Forças Armadas [proporcionalmente] ao Produto Interno Bruto”, disse o general durante uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
O evento durou mais de seis horas e aconteceu em meio à expectativa da votação pelo Congresso Nacional, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que define receitas e despesas para o próximo ano, inclusive o orçamento de Defesa.
O Ministro da Defesa exibiu um gráfico onde mostra que apesar do Brasil ser a maior economia da América do Sul, ocupa o sexto lugar entre os países sul-americanos em termos de investimentos percentuais do PIB na Defesa.
De acordo com o ministro da Defesa, o Brasil investe 1,19% de seu PIB para equipar e manter o aparato das Forças Armadas, ficando atrás da Colômbia, que investe 3% do PIB, do Equador com 2,4%, do Uruguai com 2,2%, do Chile com 1,9% e da Bolívia que investe 1,5% do seu PIB.
O ministro lembrou aos parlamentares, que a política nacional de defesa é clara ao dizer que, para termos a condição de desenvolver a contento nossos programas e projetos estratégicos, deveríamos chegar a 2% do PIB.
Os comandantes militares endossaram o pedido do ministro, destacando a necessidade de recursos.
O comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes disse o seguinte “Só pedimos aos senhores deputados que, conforme falou o nosso ministro, nos ajudem a fim de que possamos ter o mínimo de corte possível no Projeto de Lei Orçamentária Anual para que os projetos estratégicos não sejam paralisados, projetos que já estão em pleno desenvolvimento, alguns deles faltando muito pouco para serem concluídos.”
O Brasil tem atualmente o décimo segundo maior PIB do mundo, mas o seu orçamento de Defesa não tem acompanhado o tamanho do PIB, de acordo com o SIPRI, o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, o orçamento de Defesa do Brasil em 2021 foi de US$ 19,2 bilhões, ainda que as informações sobre o orçamento de Defesa sejam bastante desencontradas de acordo com a fonte, este parece ser o número mais próximo do real, sendo portanto, o décimo sétimo maior orçamento de Defesa do mundo, mas ainda muito abaixo de países que tem PIBs menores que o Brasil, como por exemplo Arábia Saudita, cujo orçamento de defesa de 2021 foi de US$ 55 bilhões, e Irã e Israel com US$ 24 bilhões cada um.
Mas tomando em conta que o orçamento de defesa do Brasil seja atualmente 1,19% do PIB, conforme disse o ministro da Defesa, o que seria algo em torno de US$ 19,2 bilhões de acordo com a maioria das fontes, que também informam que com este valor as forças armadas conseguem se manter com 80% do orçamento para custos de pessoal e despesas administrativas, e ir tocando os atuais projetos de aquisição, mesmo que muito lentamente com 20% que sobram do orçamento.
Então, caso o orçamento fosse baseado em 2% do PIB, ele aumentaria para US$ 32,2 bilhões de dólares, um aumento de 68% que representaria um ganho de US$ 13 bilhões anuais para investimentos em novos armamentos. E se multiplicarmos isso por 4 anos de orçamento de defesa a 2% do PIB, que é o prazo de um mandato presidencial de um governo engajado com a Defesa, então teríamos um valor real de aumento para compras de armamentos em quatro anos, de US$ 52 bilhões.
E o que daria pra comprar com US$ 52 bilhões de dólares em quatro anos, caso estes recursos estivessem realmente livres apenas para a compra de novos armamentos? Saiba tudo neste vídeo!
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