Publicado em 8 de abril de 2018
Riscos ao adentrar em subestação elétrica sem cuidados básicos com a segurança
Autora Patrícia Lins de Paula, revisado por Marcelo Jucá e Vitor Velame
Uma subestação elétrica abrigada, como as presentes em prédios comerciais, independente do nível de tensão, mantém em sua instalação diversos painéis, equipamentos e dispositivos elétricos, com a finalidade de proteger, monitorar, seccionar ou distribuir a energia elétrica através de circuitos elétricos na instalação.
A simples existência destes painéis, equipamentos e dispositivos elétricos energizados instalados na subestação é suficiente para criação de campos elétricos e magnéticos, que em alguns casos é inclusive responsável pelo funcionamento dos equipamentos (como o campo magnético girante induzido das correntes que fluem pelos enrolamentos do estator de um motor elétrico trifásico ou o fluxo magnético inerente à magnetização de um núcleo de transformador). Estes campos dos equipamentos inclusive se influenciam mutuamente, razão pela qual a adoção de medidas de proteção para promover a compatibilidade eletromagnética entre eles se fazem necessárias. Afinal, segundo a Lei de Biot-Savart, comprovado pelo experimento de Oersted, dado um condutor energizado (através do qual flui uma corrente elétrica alternada) é formado um campo magnético em seu entorno.
Neste ínterim, mesmo uma simples inspeção visual ou visita técnica na subestação representa por si só risco para o observador ao adentrar a sala elétrica, pois, há perigos inerentes à própria instalação existente, mesmo que a própria ação não compreenda riscos adicionais por não ser prevista a intervenção nas instalações elétricas.
Um exemplo deste perigo da instalação é a existência de um barramento energizado não blindado que alimente eletricamente um transformador de potência; este condutor ioniza o ar, alterando as propriedades dielétricas do mesmo ao seu derredor, favorecendo a ocorrência de arcos elétricos. Essa é inclusive uma das razões pelas quais é proibido adentrar salas elétricas portando quaisquer adornos metálicos, que funcionam como uma extensão – condutora – do seu corpo (como chaves, correntes, brincos, argolas, relógios, adereços metálicos nos cabelos, anéis, pulseiras) e foi uma das causas imediatas de um acidente ocorrido na Petrobras em 2009, resultando em morte de um engenheiro da Companhia. Usar botas isolantes ao adentrar salas elétricas é essencial.
Cuidados comportamentais adicionais ao adentrar uma subestação são igualmente necessários, como evitar apontar para instalações e equipamentos; isso porque num condutor, as cargas tendem a se espalhar uniformemente pela superfície, e em especial em regiões pontiagudas, a densidade superficial das cargas elétricas é maior do que em regiões planas ou arredondadas, o que é conhecido como poder das pontas, e é o princípio básico da operação dos para-raios. Outro cuidado importante é não tocar na carcaça metálica dos equipamentos, mesmo julgando-os aterrados.
Outro perigo inerente à instalação de uma subestação é o risco real de formação de arco no ar, principalmente uma vez que suas propriedades dielétricas estejam comprometidas, como em dias mais úmidos. As ocorrências de pequenos arcos no interior dos equipamentos são previstas na sua operação normal, sobretudo nas partes onde ocorrem seccionamento de contatos elétricos, como câmaras de extinção de arco de disjuntores de média tensão; nestas seções do equipamento, geralmente imersas em meio isolante, como SF6, vácuo, óleo isolante ou até mesmo o ar, ocorrem as chamadas descargas parciais, pois quando é aplicada uma tensão aos terminais de uma carga isolada, irão ocorrer “descargas” na abertura do disjuntor em carga ou em curto-circuito.
http://universolambda.com.br/subestacao-riscos-e-cuidados/
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