Publicado em 3 de outubro de 2020
Segundo a tradição, logo após proclamar a independência do Brasil, isto é, no dia 7 de Setembro de 1822, Dom Pedro I concluiu a composição de uma canção iniciada por Evaristo da Veiga no dia 16 de Agosto do mesmo ano para ser o nosso 1º Hino Nacional, trata-se do Hino Constitucional Braziliense.
Ainda em 1822, foi composto por Francisco Manoel da Silva uma imponente homenagem a independência do Brasil batizada de Marcha Triunfal. Inicialmente, a Marcha Triunfal era apenas uma melodia instrumental (a própria do atual Hino Brasileiro), a qual foram acrescentadas várias letras diferentes. A melodia passou a ser utilizada como Hino Nacional Brasileiro desde a abdicação do Imperador Dom Pedro I em 1831. Prova disso é o fato de que o próprio Hino da Coroação de Dom Pedro II foi feito sob essa melodia. Porém, uma outra letra de autoria do paulista Américo de Moura, que viria a se tornar presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879 e 1880, ganhou maior popularidade.
Após o golpe militar de 1889, que derrubou a monarquia e implantou a república sob a qual vivemos hoje, foi realizado um concurso para escolher um novo Hino Nacional do Brasil. Entretanto, a música vencedora "Liberdade, Liberdade!" foi hostilizada pelo público, permanecendo a Marcha Triunfal que já era reconhecida pela população como Hino Nacional Brasileiro há 58 anos, para a qual o poeta Joaquim Ozório Duque Estrada compôs uma nova versão baseada na letra de Américo de Moura, mas suprimindo-se a parte cantada da introdução e repetindo o seu instrumental entre as duas grandes partes restantes.
Uma coisa que me intrigou foi: se a queda da Monarquia no Brasil significou novos tempos, o qual pairou sobre o país o clima de Revolução, por que é que a população optou por manter o já Hino Nacional remetente ao Império ao invés da música composta para ser a nova Ode da nação? A ideia não era erguer algo completamente novo? Então qual o motivo de manter algum dos velhos símbolos - talvez o mais importante de todos?
Inclusive, se tratando de aceitação, a composição escolhida pelo coletivo uniu o poema de Duque Estrada e a melodia de Francisco Manoel da Silva. Este orquestrado na época do Império e utilizado já como Hino, aquele exaltando apenas a independência e a grandeza do Brasil. Dito isso, cadê a parte que vangloria a Proclamação a la Marseillaise ou, melhor dizendo, o golpe Republicano? Faltou apoio popular para tal empreitada.
Em suma, a Canção Constitucional Braziliense passou a ser o Hino da Independência com a omissão de 6 estrofes que exaltavam o Imperador e o Império do Brasil. Já o Hino Republicano "Liberdade, Liberdade!" ficou conhecido como o Hino da Proclamação da República.
Para fins hipotéticos e com efeitos comparatórios, caso o Brasil permanecesse Império, o nosso Hino Nacional seria o Hino da Coroação. Nesse caso, os versos passariam por constantes mudanças na letra de sua composição. Contudo, essas mudanças seriam sutis, tais como são no Reino Britânico que, dependendo do sexo do Chefe de Estado, altera-se o texto da estrofe "God save the Queen (King)".
E o que podemos tirar disso tudo? Primeiro, não existe um Hino Imperial Brasileiro, uma vez que a canção atual já era utilizada como Hino Nacional durante a maior parte do Período Monárquico, apenas sofrendo pequenas peculiaridades com sua letra. Segundo, o atual Hino Nacional não é o Hino Republicano, já que ele era o Hino Nacional há mais de meio século antes do golpe militar. O verdadeiro Hino Republicano é o "Liberdade, Liberdade!" rejeitada pelo povo brasileiro na época - e com toda a razão.
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