O Gerenciador de tarefas foi totalmente reformulado no Windows 8. Agora ele traz um novo visual, novas opções e novas funções. Vamos conhecê-lo melhor.
Antes de falarmos do Gerenciador de tarefas do Windows 8, voltemos um pouco no tempo para vermos como essa ferramenta se desenvolveu com o passar dos anos.
No Windows 3.0, o gerenciador de tarefas era chamado de “Lista de tarefas”. Ele consistia de uma pequena caixa de diálogo, com uma lista de programas abertos e algumas opções.
Nas versões “domésticas” do Windows (95, 98 e Me), o gerenciador de tarefas era apenas uma “ferramenta de emergência” utilizada somente quando um programa (ou o Windows todo!) deixasse de responder. Acessado através da combinação de teclas Ctrl+Alt+Del, com ele era possível forçar o fechamento do programa selecionado ou forçar um desligamento do sistema.
Já nas “versões corporativas” do Windows (NT 4 e 2000) o Gerenciador de tarefas era uma ferramenta mais ampla, voltada ao monitoramento do sistema. Foi no Windows NT 4, lançado um ano após o Windows 95, que surgiu o Gerenciador de tarefas que a maioria de nós conhecemos. O atalho de teclado mudou para Ctrl+Shift+Esc, pois Ctrl+Alt+Del passara a ter outra função. Também era possível acessá-lo ao clicar com o botão direito do mouse na barra de tarefas.
Do Windows XP em diante, o Gerenciador de tarefas continuou sendo essencialmente o mesmo do Windows NT 4, apenas com novas funções sendo adicionadas. Com ele passou a ser possível monitorar o tráfego de rede e os usuários logados. A partir do Windows Vista, foi possível também gerenciar os serviços do Windows.
Apenas no Windows 8 – isto é, 16 anos(!) depois do lançamento do Windows NT – é que o Gerenciador de tarefas foi revisto passou por uma reformulação.
A ideia foi tornar o Gerenciador de tarefas tão eficiente para encerrar processos, quanto para monitorá-los.
Os meios de acessar o Gerenciador de tarefas do Windows 8 continuam as mesmos do Windows NT 4.
Você pode clicar com o botão direito do mouse sobre a barra de tarefas e escolher Gerenciador de Tarefas.
Pode ainda utilizar o atalho de teclado Ctrl+Shift+Esc, que o abrirá diretamente.
Mas se você utilizar o velho Ctrl+Alt+Del, você será levado para uma nova tela, onde será necessário clicar em Gerenciador de Tarefas.
Quando você abrir o Gerenciador de tarefas pela primeira vez, você verá o modo reduzido, cujo visual lembra o gerenciador de tarefas do Windows 95.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Microsoft, a maioria dos usuários utiliza o Gerenciador de tarefas apenas quando precisa fechar um programa que deixou de responder. Diante deste fato, o modo reduzido do Gerenciador de tarefas foi especialmente desenvolvido para atender a essa demanda.
Ele exibe apenas a lista de programas abertos e o botão Finalizar tarefa, além de sinalizar quando algum programa não está respondendo. Outras opções ficam ocultas para não confundir usuários iniciantes.
É necessário, porém, ter atenção ao selecionar o programa a ser fechado. Diferentemente das versões anteriores do Windows, ao clicar no botão Finalizar tarefa o processo é fechado imediatamente, sem perguntar ao usuário se ele tem certeza.
Se o seu objetivo não é finalizar um programa que travou, mas sim monitorar os programas abertos, basta clicar em Mais detalhes para exibir o modo completo do gerenciador de tarefas, que é onde a maior parte das novidades de concentram.
O modo completo está dividido em sete guias: Processos, Desempenho, Histórico de aplicativos, Inicializar, Usuários, Detalhes e Serviços.
A guia Serviços não mudou absolutamente nada em relação ao Windows 7, logo não temos muito o que comentar sobre ela.
O mesmo vale para a guia Detalhes. De novo aqui somente o nome, pois o seu conteúdo é exatamente o mesmo da guia “Processos” do gerenciador de tarefas do Windows 7. Logo, também não temos muito o que comentar aqui.
A guia Usuários foi reformulada e agora possibilita visualizar em tempo real os recursos consumidos por cada um dos usuários logados no Windows.
E não é só isso. É possível também visualizar os processos abertos em cada uma das contas de usuário logadas no momento. Sem dúvidas, muito mais eficiente do que a opção “Mostrar processos de todos os usuários”, que havia nas versões anteriores do Windows.
A guia Inicializar é totalmente nova no Gerenciador de tarefas e possibilita gerenciar os programas que inicializam com o computador. Essa tarefa antigamente era feita através do msconfig.
Escrevemos um artigo exclusivamente sobre ela, que você pode conferir aqui.
Agora chegamos em uma das áreas que concentram as principais novidades do Gerenciador de tarefas do Windows 8.
A nova guia Processos, traz uma maneira muito mais eficiente de gerenciar todos os programas abertos.
Os processos são divididos em três grupos: Aplicativos, Programas em segundo plano eProcessos do Windows.
No grupo Aplicativos são listados todos os programas e aplicativos que estiverem com suas janelas abertas. Aplicativos da nova interface do Windows também aparecem ali.
No grupo Programas em segundo plano você tem o controle de todos os programas de terceiros que estão sendo executados sem que você os veja. Ali são listados processos pertencentes a softwares antivírus, drivers de dispositivos, plug-ins de navegadores e qualquer outro programa que utilize processos residentes em memória.
Já o grupo Processos do Windows também mostra uma lista de programas e serviços que são executados em segundo plano. A diferença é que nesse grupo ficam apenas os programas necessários para o funcionamento do Windows. A principal vantagem disso é que fica muito mais fácil detectar um software mal-intencionado que esteja tentando se passar por um processo do Windows. Se algum software tentar fazer isso no Windows 8, ele não aparecerá em meio aos Processos do Windows, mas sim ficará entre os Programas em segundo plano, o que lhe dará uma certa evidência e facilitará a sua detecção ao examinar o Gerenciador de tarefas.
Você pode ainda visualizar quais Serviços do Windows estão sendo utilizados por determinado processo. Para isso basta clicar na pequena seta ao seu lado.
Para facilitar a identificação dos processos, agora cada item é identificado pelo nome do programa e não pelo nome do arquivo executável, além de trazer o seu respectivo ícone ao lado. Ainda prefere visualizar o nome dos processos? Sem problemas. Basta exibir a sua respectiva coluna – ou utilizar a guia Detalhes.
Caso não saiba do que se trata um processo, você pode pesquisar por ele na internet. Para isso, basta clicar com o botão direito sobre seu respectivo nome e escolher Pesquisar online.
Monitorar o consumo de recursos de cada processo também ficou muito mais fácil no Gerenciador de tarefas do Windows 8. As versões anteriores do Windows já exibiam a quantidade de recursos que cada processo consome, mas você saberia identificar rapidamente, quais processos estão consumindo mais recursos, quais consomem menos e quais apresentam um consumo moderado apenas observando vários números se alterando constantemente? No Windows 8 isso é muito fácil. A guia “Processos” utiliza um conceito conhecido como “mapa de calor”. Dessa forma, quanto mais recursos um determinado processo consumir, mais forte fica a cor de fundo que exibe a quantidade de recursos consumidos, de forma a atrair a sua atenção.
O “mapa de calor” também funciona nos cabeçalhos das colunas. Dessa forma não é mais necessário – embora possível – ordenar os processos por consumo de CPU ou memória, para saber quem está demandando mais. A propósito, agora também é possível visualizar em tempo real a atividade em disco e em rede de cada processo.
Você ainda pode escolher como deseja visualizar esse consumo: por unidades ou por porcentagens. Para isso, basta clicar com o botão direito do mouse em qualquer lugar do Gerenciador de tarefas, expandir a opção Valores de recursos, escolher o recurso e definir se ele será exibido em valores ou porcentagens.
Nessa guia também há o botão Finalizar tarefa, que, assim como no modo reduzido, fecha imediatamente o processo selecionado sem perguntar ao usuário se ele tem certeza. No entanto, caso o processo selecionado seja o “Windows Explorer“, o rótulo do botão muda para Reiniciar.
Assim como a guia Processos, a guia Desempenho também foi reformulada. Além de exibir gráficos de uso de processador e memória, é possível visualizar a atividade em disco, em rede e até mesmo em conexões Bluetooth, quando disponível. E cada um desse itens reúne várias informações sobre eles.
Agora cada item possui a sua própria página. Dessa forma, ganha-se muito mais espaço para exibir as informações sobre cada um deles. As miniaturas dos gráficos à esquerda nos possibilitam visualizar o uso dos recursos simultaneamente. Você pode ainda ocultar os gráficos ou mostrar somente os gráficos.
Além dos já conhecidos gráficos de CPU e memória, o gráfico de atividade em rede deixou de ter a sua guia exclusiva e agora aparece aqui, juntamente com os demais gráficos. Caso você tenha mais de um adaptador de rede instalado, cada um terá o seu próprio gráfico. Ao exibir a página de um dos adaptadores, você não só poderá conferir a atividade como também obterá informações adicionais como fabricante e modelo, nome do adaptador, tipo de conexão e endereços IP.
Já o gráfico da atividade em disco é totalmente novo no Gerenciador de tarefas. Para cada disco físico instalado aparecerá um gráfico diferente, mas partições pertencentes a um mesmo disco compartilharão o mesmo gráfico. Além da atividade em disco, você será informado sobre fabricante e modelo, capacidade, se o disco em questão é onde está instalado o Windows e se é nesse disco que se encontra o arquivo de paginação.
O gráfico de uso da memória recebeu importantes atualizações no Gerenciador de tarefas do Windows 8. Além do gráfico de uso da memória é exibido um segundo gráfico com a composição da memória. Desde o Windows Vista, a maneira de utilizar a memória mudou. Além de abrigar os programas em execução, parte do espaço disponível é usado como cache para que programas utilizados com mais frequência abram mais depressa. Agora, além de visualizar a porção de memória livre e a porção utilizada, você também verá o quanto há de memória “Em espera” e “Modificada”. Nas versões anteriores do Windows só era possível visualizar isso no Monitor de recursos.
Dentre as informações adicionais estão: capacidade e tipo de memória, quantidade em uso, quantidade disponível, quantidade em uso somada ao arquivo de paginação, tamanho do cache, reservas de memória, velocidade, quantidade de slots usados, e quantidade de memória reservada para hardware.
O gráfico de CPU também recebeu várias atualizações. Logo acima do gráfico é visualizado o fabricante e o modelo do processador, bem como sua velocidade nominal. Logo mais abaixo a velocidade atual também pode ser visualizada, já que nos dias de hoje, processadores são capazes de diminuir a velocidade para economizar energia em atividades pouco exigentes ou até mesmo aumentar a velocidade quando necessário. É exibida também a velocidade máxima, a quantidade de soquetes utilizados – quando a placa-mãe é capaz de abrigar mais de um processador – a quantidade total de núcleos, quantidade total de processadores lógicos, se a virtualização está ativada e a quantidade de memória cache.
Por padrão, é exibido um gráfico apenas, mas, como nas versões anteriores do Windows, é possível visualizar gráficos separados para cada processador lógico.
A propósito, há uma novidade nessa área. É sabido que para cada processador, núcleo físico ou núcleo lógico, o Gerenciador de Tarefas exibe um gráfico, que permite ao usuário identificar qual núcleo está sendo mais requisitado no momento. No entanto, com o aumento de núcleos nos processadores atuais, mais o uso de tecnologias que “dobram” a quantidade de núcleos detectados pelo sistema, a quantidade de gráficos que aparece no Gerenciador de Tarefas acaba dificultando o controle em tempo real.
Sendo assim, imagine como ficaria essa guia em um servidor com oito processadores de dez núcleos e tecnologia para dobrar esse número! A fim de ilustrar isso, a Microsoft fez um teste com um servidor equipado com oito processadores Intel Xeon E7-2870. Se cada processador possui dez núcleos, significa que o sistema detectará nada menos que 80 processadores(!). Mas isso não é tudo. Esses processadores são dotados da tecnologia Hyper Threading, que acrescenta um núcleo lógico para cada núcleo físico, o que faz com que esse número dobre, chegando a nada menos que 160 processadores lógicos. No Gerenciador de Tarefas do Windows 7, isso apareceria assim:
Com o sistema funcionando e com esses gráficos em movimento ficaria muito difícil analisar a distribuição de tarefas entre os núcleos, já que seria necessário “ler” os gráficos para chegar a alguma conclusão.
Pensando em cenários como esse, o Gerenciador de Tarefas do Windows 8 utiliza a mesma abordagem do “mapa de calor” vista na guia Processos. Dessa forma, ao invés de exibir gráficos, são exibidos retângulos representando cada processador lógico. Quanto mais alta a demanda de cada núcleo, mais forte fica a cor do retângulo que o representa, de modo a chamar a atenção do usuário ou administrador do sistema. Dessa maneira fica muito mais fácil de manter o foco no consumo de cada processador.
Esta nova guia exibe uma estatística do consumo de recursos de aplicativos da nova interface do Windows até o momento. Essas informações são úteis em dispositivos portáteis e móveis já que estão ligadas ao consumo de bateria e de dados de internet móvel.
O Gerenciador de tarefas do Windows 8 talvez tenha sido o item que mais mudou em relação a versões anteriores do Windows. Se considerarmos que ele era praticamente o mesmo desde o Windows NT 4, lançado em 1996(!), podemos concluir que as mudanças não só foram muito bem-vindas como extremamente necessárias.
Naquela época, coisas como processadores de vários núcleos, tecnologia de virtualização, frequência variável, uso de memória RAM como cache, uso mais frequente da internet e vários outros recursos ou ainda não existiam ou não eram populares. Embora o Gerenciador de tarefas original tenha recebido várias adaptações a cada nova versão do Windows, redesenhá-lo para acomodar as tecnologias mais atuais foi, sem dúvidas, a melhor opção.
O mais interessante de tudo é que, ao mesmo tempo em que o Gerenciador de tarefas do Windows 8 traz diversos avanços ele também volta às suas raízes, com a opções de uma interface mais simples apenas para fechar programas que deixam de responder.
No fim das contas, tanto usuários avançados como usuários iniciantes se beneficiam das mudanças, e agora podem contar com recursos que só encontravam em softwares de terceiros.
Be thankful for what you have; you’ll end up having more. If you concentrate on what you don’t have, you will never, ever have enough.