SETE EFEITOS NEGATIVOS DA PORNOGRAFIA
Por B. J. Stockman.
(Este texto aborda o tema não propriamente de uma perspectiva teológica exegética, mas do ponto de vista da psicologia. Entretanto, ele parte de pressupostos cristãos e apresenta informações úteis e insights que são bastante pastorais. Por essa razão, julgamos apropriado traduzi-lo e publicá-lo aqui. A linguagem técnica e os neologismos dificultaram a tradução; portanto, sintam-se à vontade para sugerir revisões. Todos os links estão em inglês).
Este é um post bastante franco sobre pornografia;portanto, proceda – ou não – com isso em mente.
Pornografia é um problema. É um problema pessoal para muitos e um problema cultural para todos. Talvez, você pense não ter sido afetado pela pornografia, mas você foi, porque ela está arraigada na cultura que nos cerca. O tamanho inacreditável da indústria pornográfica, sua influência sobre a mídia e a evolução da tecnologia, ao lado da acessibilidade, do anonimato e da disponibilidade da pornografia, tudo contribui para o seu crescente impacto sobre a cultura.
A pornografia afeta você, quer você já a tenha consumido ou não, e é útil entender alguns dos seus efeitos negativos – seja você um homem ou uma mulher, lutando com a tentação de vê-la, ou simplesmente uma mãe ou pai com um filho ou filha. Há uma abundância de pesquisas acerca dos efeitos perniciosos da pornografia (e eu não penso que os que seguem são necessariamente os piores deles), mas aqui estão sete efeitos negativos da pornografia sobre homens e mulheres:
1. A pornografia contribui para problemas psicológicos esociais nos homens.
Gail Dines, um ativista anti-pornografia, observa que jovens homens que se tornam viciados em pornografia “negligenciam suas tarefas escolares, gastam enormes quantias de dinheiro que eles não possuem, tornam-se pessoas isoladas das demais, e frequentemente sofrem de depressão” (Pornland, 93). O Dr. William Struthers, que possui um PhD em biopsicologia pela Universidade de Illinois, em Chicago, confirma alguns desses efeitos e acrescenta outros, constatando que homens que consomem pornografia tornam-se controladores, altamente introvertidos, altamente ansiosos, narcisistas, curiosos, com baixa auto-estima, depressivos, dissociativos, desatentos (Wired for Intimacy, 64-65). Ironicamente, enquanto assistir a pornografia cria experiências momentâneas de intenso prazer, ela termina conduzindo a diversas e duradouras experiências psicológicas negativas.
2. A pornografia aprisiona o cérebro masculino.
Struthers elabora:
À medida que os homens rendem-se mais profundamente ao hábito mental de fixar-se em [imagens pornográficas], a exposição a elas cria trajetos neurais. Assim como um caminho é criado na floresta pelo caminhar reiterado dos homens, assim também os caminhos neurais determinam o curso para a próxima vez que uma imagem erótica é visualizada. Com o passar do tempo, esses caminhos neurais tornam-se mais largos, à medida que eles são repetidamente percorridos com cada exposição à pornografia. Eles se tornam o trajeto automático através do qual as interações com mulheres são guiadas… Eles, não intencionalmente, criaram um circuito neurológico que aprisiona a sua habilidade de ver as mulheres corretamente como criadas à imagem de Deus. (Wired for Intimacy, 85)
Em uma tendência similar acerca do efeito da pornografia sobre o cérebro, Naomi Wolf escreve em seu artigo The Porn Myth:
Afinal, a pornografia atua no cérebro da mais básica das maneiras: é um pavloviano (1). O orgasmo é um dos maiores condicionantes imagináveis. Se você associar o orgasmo à sua esposa, a um beijo, a um perfume, a um corpo, será isso que, ao longo do tempo, irá despertar o seu desejo sexual; se você se abrir para um fluxo interminável de imagens cada vez mais transgressivas de escravas sexuais cibernéticas, será isso que irá despertar o seu desejo sexual. A ubiquidade de imagens sexuais não liberta o eros; antes, o dilui.
3. A pornografia transforma o sexo em masturbação.
O sexo torna-se servo de si mesmo. Ele se torna algo relativo apenas ao seu próprio prazer, e não mais o contato íntimo altruísta e mutuamente prazeroso que foi projetado para ser.
4. A pornografia rebaixa e objetifica as mulheres.
Isso ocorre tanto na pornografia pesada como na mais leve. Pamela Paul, no seu livro Pornified, citando o estudo de um psicólogo que pesquisou a pornografia na Universidade Texas A&M, escreve:
‘A pornografia leve também possui um efeito bastante negativo sobre os homens. O problema com a pornografia leve é que o seu voyeurismo ensina os homens a enxergarem as mulheres como objetos, ao invés de estarem em relacionamentos com mulheres enquanto seres humanos’. De acordo com Brooks, a pornografia dá aos homens a falsa impressão de que sexo e prazer estão inteiramente divorciados de relacionamentos. Em outras palavras, a pornografia é inerentemente egocêntrica – algo que um homem faz por si mesmo, para si mesmo – usando uma outra mulher como o meio para alcançar o prazer, assim como qualquer outro produto de consumo (80).
Paul se refere a um experimento que revela outro efeito bastante chocante da pornografia: “homens e mulheres que foram expostos a quantidades expressivas de pornografia mostraram-se significativamente menos dispostos a desejarem ter filhas do que aqueles que não foram expostos. Quem desejaria que a sua própria pequena garota fosse tratada daquela maneira?” (80).
Novamente, é preciso enfatizar, esse não é um efeito ao qual estão sujeitos apenas aqueles que viram pornografia. O consumo massivo de pornografia e o tamanho da indústria pornográfica “hipersexualizou” a cultura como um todo. Homens e mulheres nascem em uma cultura “pornificada”, e as mulheres são as que mais sofrem com isso. Dines continua:
Ao inundar garotas e mulheres com a mensagem de que o seu atributo mais valioso é a sua atratividade sexual e ofuscar outras mensagens, a cultura pop as está dominando assim como um perpetrador individual faria. Isso está lentamente destruindo a sua auto-estima, despojando-as de uma percepção de si mesmas como seres humanos integrais, fornecendo-lhes uma identidade que enfatiza o sexo e despreza todos os outros atributos humanos (Pornland, 118).
5. A pornografia destrói a beleza de uma mulher nua deverdade Wolf, em sua própria maneira direta, confirma isso.
Durante a maior parte da história humana, imagens eróticas foram reflexos, celebrações ou substitutos de mulheres nuas de verdade. Pela primeira vez na história, o poder e a fascinação das imagens suplantou o poder e a fascinação de mulheres nuas de verdade. Hoje, mulheres nuas de verdade são apenas pornografia ruim (citado em Wired for Intimacy, 38).
6. A pornografia tem um efeito entorpecedor sobre arealidade.
Ela torna o sexo real, e até o mundo real, enfadonho em comparação. Particularmente, ela anestesia a vida emocional de um homem. Paul comenta:
A pornografia deixa os homens insensíveis tanto ao ultraje como à excitação, conduzindo a uma diminuição geral dos sentimentos e, consequentemente, à insatisfação diante das lutas emocionais da vida diária… Por fim, eles são deixados com uma mistura de expectativas exageradas quanto ao sexo e emoções entorpecidas quanto às mulheres… Quando um homem fica entediado com a pornografia, tanto o seu mundo de fantasia como o seu mundo real se tornam imbuídos de indiferença. O mundo real frequentemente torna-se muito enfadonho… (Pornified, 90, 91).
7. A pornografia mente a respeito do que significa serhomem e mulher.
Dines registra como a pornografia conta uma história falsa a respeito dos homens e das mulheres. Na história da pornografia, as mulheres são “unidimensionais” – elas nunca dizem não, nunca engravidam, e não podem esperar para ter sexo com qualquer homem e dar-lhes prazer de todas as maneiras imagináveis (ou até inimagináveis). Do outro lado, a história que a pornografia conta a respeito dos homens é que eles são “desalmados, insensíveis, meros sistemas amorais de sustentação de pênis eretos que são designados para usar as mulheres de qualquer maneira que desejarem. Esses homens não demonstram qualquer empatia, respeito ou amor pelas mulheres com as quais eles fazem sexo…” (Pornland, xxiv).
Notas:
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