FMS, sigla para Foreign Military Sales, ou Vendas Militares Estrangeiras, é conforme diz a lei norte-americana, uma forma de assistência de segurança que os Estados Unidos dão para organizações estrangeiras e países considerados aliados, quando o Presidente considerar formalmente que isso fortalecerá a segurança dos EUA e promoverá a paz mundial.
No programa FMS, não há envolvimento de empresas fabricantes de armamentos, o acordo é feito diretamente entre o governo dos Estados Unidos e o governo do país interessado nos armamentos. Atualmente existem cerca de 189 países e organizações internacionais elegíveis para participarem do FMS.
Todos os equipamentos militares vendidos via FMS, são armamentos usados, de segunda mão das forças armadas dos Estados Unidos, alguns muito desgastados, mas outros ainda em boas condições de uso, são equipamentos militares considerados como excedente das forças armadas dos Estados Unidos, que são retirados de serviço quando as forças armadas daquele país adquirem armamentos de última geração para os substituírem, mas não são armamentos obsoletos, já que as forças armadas dos Estados Unidos não esperam seus equipamentos chegarem a obsolência para os substituírem.
São equipamentos de versões que em muitos casos, ainda são utilizados por potências europeias que são aliadas dos Estados Unidos, como Reino Unido e Alemanha. Estes equipamentos são colocados pelas forças armadas dos Estados Unidos em uma espécie de reserva para serem utilizados em casos de emergência extrema, como em uma terceira guerra mundial onde as necessidades de equipamentos militares podem ser maiores do que as capacidades industriais de produzi-los, e por isso ficam armazenados em um dos grandes depósitos de armas mantidos pelas forças armadas dos Estados Unidos, como o Sierra Army Depot, na Califórnia.
A grande vantagem para os países que adquirem armamentos norte-americanos via FMS, é certamente o preço, são equipamentos usados que custam no máximo 30% do preço daquele mesmo equipamento novo, de fábrica, e em muitos casos, os equipamentos podem sair por 20, 10% do preço, e até mesmo de graça.
A única exigência que o governo dos Estados Unidos faz, é que em caso do país comprador resolver contratar um pacote de modernização de um equipamento comprado via FMS, que ele o faça contratando uma empresa dos Estados Unidos.
Por isso, o FMS é muito visado por forças armadas que tem baixos orçamentos de Defesa. No caso do Brasil, eu considero que é evidente que nosso país, pela estatura geopolítica e pelo tamanho de sua economia, não deve se contentar com equipamentos usados dos Estados Unidos, mas os orçamentos de Defesa brasileiros bem enxutos, de um pouco mais de 1% do PIB, obrigam as forças armadas do Brasil, a cogitar compras de oportunidade de equipamentos usados de potências estrangeiras, para não perder capacidades de combate.
E por isso, em alguns casos, o FMS pode ser vantajoso para as forças armadas do Brasil, como um exemplo de um equipamento que está muito longe da obsolescência e que foi recebido de graça pelo Brasil via FMS, foi um lote de 60 obuseiros autopropulsados M109 A5, que o Exército Brasileiro recebeu em 2017, e colocou a artilharia autopropulsada brasileira em outro patamar, são do mesmo modelo utilizado pelo exército dos Estados Unidos, apenas com a diferença que o US Army usa a versão A6, uma versão que tem apenas leves melhorias em relação a versão A5 doada ao Brasil. E observa-se também que a versão A5 é ainda utilizada pela maioria dos países da OTAN.
E em 2018, durante o governo de Donald Trump dos Estados Unidos e de Michel Temer no Brasil, o governo dos Estados Unidos enviou uma correspondência para o ministério da Defesa do Brasil, com uma grande lista de poderosos equipamentos militares que poderiam ser adquiridos via FMS, alguns deles chegaram a interessar as forças armadas brasileiras, outros não, na lista haviam aviões de caça, helicópteros de ataque, carros de combate e muito mais, saiba tudo neste vídeo.
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